‘As sementes de Flowerville’

capa as sementes de flowerville“É de mais livros assim que o Brasil precisa: livros de entretenimento de qualidade criados por artistas talentosos.” O Estado de S. Paulo

“O leitor verá a assinatura de um escritor com longa trajetória à frente, seja como for o futuro.” Correio Braziliense

Primeiro romance de Sérgio Rodrigues, “As sementes de Flowerville” (Objetiva, 2006, 136 páginas) é o que seu autor definiu como “uma história em quadrinhos sem desenhos”: uma narrativa visual e veloz em tom de farsa distópica sobre um futuro indefinido que se parece muito com o presente, ainda que tenha, aqui e ali, elementos do passado recente.

Flowerville é um megacondomínio de classe média alta, caro, seguro, artificial e fascista. Esse cenário estranhamente familiar, situado num bairro “pós-urbano” de uma metrópole que vai se tornando inabitável, é vizinho de um gigantesco depósito de ferro velho e do também planejado – mas fracassado – loteamento de Nova Esplanada.

À procura de emprego, Neumani, morador de Nova Esplanada e matemático frustrado, envolve-se com o poderoso empresário Peçanha, criador e “dono” de Flowerville, numa trama que, de forma surpreendente, termina por englobar Nora, mulher de Neumani; Sebastião, chefe do bando de mendigos que habita as ruínas de Nova Esplanada; e Mirandola, um velho misterioso que tem antigas contas a acertar com Peçanha desde que os dois se encontraram nos porões da ditadura militar.

Com elementos de ficção científica, romance policial, história de terror e fábula (a)moral, “As sementes de Flowerville” é um coquetel concentrado e ácido, de sabor intensamente contemporâneo.