Neste originalíssimo livro de contos, lançado em junho de 2019 pela Companhia das Letras, o premiado autor do romance “O drible” e de “Viva a língua brasileira!” brinca com coisa séria. Depois de presenciar um encontro mitológico no céu da MPB, o leitor vai para a cama com Machado de Assis e acompanha um desfile de histórias cheias de graça, prosa afiada, erudição literária e cultura pop.
Nos sete contos de “A visita de João Gilberto aos Novos Baianos”, o prazer de contar histórias sobre histórias é o antídoto à alardeada perda de potência da literatura em nosso tempo. Assim, a história do mundo pode caber em treze tweets, tornamo-nos cúmplices de uma farsa erótica ambientada na Vila Rica dos inconfidentes e espiamos pela fechadura a intimidade de um famoso personagem machadiano.
No conto que abre e nomeia o livro, fantasia pop inspirada no encontro real entre o gênio da bossa nova e os jovens hippies liderados por Moraes Moreira, vislumbra-se uma síntese da contribuição original que a arte brasileira pode dar ao mundo: metade precisão rigorosa, metade delírio e festa. Os mesmos ingredientes podem ser encontrados na prosa entre o culto e o popular que anima um livro dividido em três partes, como um LP impossível.
No Lado A ficam as narrativas mais clássicas. O Lado B é dedicado aos fragmentos de um experimentalismo que examina com humor ferino, mas sem perder a ternura, os cacos restantes das velhas catedrais literárias e suas vaidades autorais na era da internet. Fecha o volume a deliciosa novela “Jules Rimet, meu amor”, publicada em 2014 como e-book.
Na quarta capa:
“O livro que você tem nas mãos não é conto, não é romance, não é tese e nem folhetim, é tudo isso misturado. Um ato de desobediência e teimosia de um baita escritor. A literatura está morta, viva a literatura!” Fernanda Torres
“O húngaro que jogou com Puskas e as desventuras da taça Jules Rimet, uma festa baiana, a outra inconfidência mineira, os caprichos da escrita – em histórias saborosas e irresistíveis, Sérgio Rodrigues faz o que quer com as palavras, sempre com graça e densidade, leveza e humor.” Cristovão Tezza
Na imprensa:
“O homem é um craque em domínio de bola, em dribles sensacionais, em tática e técnica, mestre na estratégia de García Márquez — levar o leitor ao próximo parágrafo eletrizado e hipnotizado pelo ritmo das palavras.” Nelson Motta no “Globo”
“São pequenos experimentos formais. Quer dizer, ao falar em experimento, o leitor pode pensar logo em um escritor de fraque e cartola. Melhor seria dizer brincadeiras formais — quase todos os contos são bem humorados.” Maurício Meireles na “Folha“
“‘A visita…’ é, antes de tudo, o livro de um homem apaixonado pelas palavras — e pela estranha força que elas ainda são capazes de emanar, quando trabalhadas por Machado de Assis, Sérgio Sant’Anna e outros mestres. Ou quando cantadas, em ho-ba-la-lás e outros murmúrios transcendentais, por João Gilberto.” Carlos Marcelo Carvalho no “Estado de Minas”
“Dono de uma técnica versátil e ultrapop, Sérgio lida com o idioma e com o ritmo dentro de uma intimidade despudorada… juntando duas esferas que pareciam destinadas a se repelir pela eternidade — alta literatura e humor, inteligência e graça.” Cíntia Moscovich na “Zero Hora”