Grande vencedor do 12o Prêmio Portugal Telecom de Literatura (atual Oceanos), o mais importante do país, levando troféus nas categorias Romance e Grande Prêmio, “O drible” (Companhia das Letras), romance lançado por Sérgio Rodrigues em 2013, é um drama familiar que tem como pano de fundo uma história do futebol brasileiro. O resultado foi anunciado em cerimônia no Rio de Janeiro no dia 8 de dezembro de 2014.
Recebido com entusiasmo pela crítica literária, pela crônica esportiva e pelo público, “O drible” está na terceira edição brasileira e foi ainda finalista dos prêmios Jabuti e São Paulo. A tradução para o espanhol, El regate, assinada pelo escritor mexicano Juan Pablo Villalobos, saiu em maio de 2014 pela tradicional editora Anagrama, de Barcelona, com distribuição também na América Latina – em dezembro de 2014, Sérgio foi ao México para lançar o livro na Feira de Guadalajara.
Em março de 2015, com tradução a quatro mãos da acadêmica portuguesa Ana Isabel Sardinha e do premiado romancista francês Antoine Volodine, Dribble foi lançado na França pela Éditions du Seuil a tempo do Salão do Livro de Paris, que teve o Brasil como país homenageado, com o autor participando da delegação oficial brasileira. O romance está sendo traduzido também para o dinamarquês pela editora Anton & Ludwig e saiu em Portugal em 2015.
Para João Máximo, decano do jornalismo esportivo, o romance é “o melhor já escrito sobre futebol em qualquer idioma”. O ex-craque Tostão saudou-o na coluna que mantém na “Folha de S.Paulo” (e em outros jornais do país) como “o livro que eu gostaria de ter escrito”. Autor do passe para Pelé que resultou no mais famoso quase-gol da história, cena-chave do romance, acrescentou o camisa 9 da seleção tricampeã: “Discordo que exista pouca literatura sobre futebol no Brasil. Falta um número maior de excelentes livros, como ‘O drible’, talvez o único grande romance brasileiro sobre o assunto”.
Murilo Filho, um famoso cronista esportivo à beira da morte, desfia suas memórias da época de ouro do futebol enquanto tenta se reaproximar de seu único filho, Neto, medíocre revisor de livros de autoajuda obcecado pela cultura pop dos anos 1970, com quem rompeu relações há mais de vinte anos. Entre os craques do passado que revivem em suas histórias está o fascinante Peralvo, jogador de talento literalmente mágico que deveria ter sido “maior que Pelé”. A tática de Murilo, porém, deixa buracos na defesa, nos quais Neto acaba por vislumbrar um terrível segredo de família enterrado nos porões da ditadura militar.
Em seu terceiro e mais ambicioso romance, Sérgio Rodrigues parte da antológica cena do drible que Pelé aplicou no goleiro uruguaio Mazurkiewicz na semifinal da Copa de 1970, vista e revista por pai e filho num velho aparelho de TV, para cobrir cinco décadas de um sombrio drama familiar e desdobrar novos sentidos narrativos para a palavra “drible”. Ao longo do caminho, empreende uma celebração agridoce, rodriguiana – e inédita em nossa literatura – do glorioso passado esportivo brasileiro, sem alienar o leitor que se sente um peixe fora d’água no “país do futebol”.
Para o escritor Luis Fernando Verissimo, “o livro não é sobre futebol, mas, de uma maneira inédita na literatura brasileira, o futebol é personagem. Quem diria que nos dois segundos que levou o Pelé para dar aquele drible no Mazurkiewicz cabia uma vida – e um romance? Grande atuação do Sérgio Rodrigues”.
“Um dos melhores romances sobre futebol que jamais li.”
Sergi Pàmies, La Vanguardia (Barcelona)
“Sérgio é parente do outro Rodrigues, o dramaturgo, na escolha da matéria turva, mescla de passado com peso de natureza e fome de modernidade, que faz a nossa sociabilidade.”
Fabio de Souza Andrade, piauí
“Com esta celebração do ‘balipédio’ (Vinicius de Moraes) como cultura e como contracultura, Sérgio Rodrigues, que pela primeira vez tem um romance traduzido para o francês, faz uma entrada espetacular em cena.”
Sebastien Lapaque, Le Figaro
“Sérgio Rodrigues tem um domínio exemplar da linguagem. Uma exibição do brasileiríssimo futebol-arte que entrega ao torcedor tudo o que promete, e um pouco mais. Um jogaço! Opa: um livraço!”
Luiz Paulo Faccioli, Rascunho
“O romance, para o qual os enigmas íntimos constituem o espelho onde se reflete a identidade de um país, confia na magia do futebol para construir uma harmonia social tão ilusória quanto a que reina entre pais e filhos. Seu valor consiste em demonstrar que, sendo ilusória, essa harmonia não é menos necessária e até real.”
Leonardo Tarifeño, El Universal (México)
“Toda a dor de uma relação pai-filho envenenada por não-ditos e segredos vergonhosos reveste este thriller psicológico de uma formidável maestria, com o futebol servindo como pano de fundo e alegoria da alma brasileira.”
Frédéric Potet, Le Monde
“’O Drible’ é primo-irmão do ‘Fim’. Melhor, é claro, mais sórdido, mais macho, mas primo.”
Fernanda Torres, Folha de S.Paulo
“O romance, com uma prosa evocativa, contém um punhado de agudas intuições sobre a sociologia do futebol e da cultura pop, e oferece uma atraente fábula sobre o Brasil recente.”
Abel Grau, Time Out Barcelona
“Tostão queria ter escrito ‘O drible’. Eu queria ter escrito ‘O drible’. Você queria ter escrito ‘O drible’ — só não sabe ainda. Escreveu-se por aí que o drible aplicado pelo livro é da vaca, mas este blog contesta e garante: é um elástico.”
Rodolfo Borges, Literatura de Verdade.
“Através de um mito nacional, o romance vai além do clichê, e não é necessário ser apaixonado por futebol para adivinhar, por trás de um drama familiar, a complexidade das relações de classe e raça.”
Isabelle Rüf, Le Temps (Suíça)
Para mais resenhas, clique aqui.